Brasília, além da corrupção.


Já nos acostumamos a olhar para Brasília como um lugar de corrupção, mentiras e pizza. Como um bom brasiliense não gosto daquelas piadinhas que fazem referência a isso; sempre escuto aqueles que dizem: “Há! Você é de Brasília? Terra de ladrão”, e sempre respondo: “Não! Sou da terra para onde os ladrões vão, vindos de São Paulo, Minas, Rio, Maranhão e etc.” Mas eu tenho muito mais a dizer de Brasília do que essa simples defesa.

Minha terra, apesar desta imagem horrível tem grandes atrativos para seus nativos. Falando em gastronomia, até mesmo aqueles que são de fora, como minha esposa, adoram a Dom Bosco. É uma pizzaria na 307 sul, que desafia as leis da física. Ela atende uma multidão de uma vez, todos dentro de um espaço mínimo e todos bem servidos com uma pizza de massa de pão, com molho de tomate especial e aquela mussarela com orégano. Não existem outras opções, mas você também não vai querer. É algo indescritível e desafiador. Conheço pessoas que comem nos melhores restaurantes do mundo e não dispensam uma ida até a Dom Bosco.

Mas não só de Dom Bosco vive Brasília. Há a inigualável farofa de ovos com arroz com brócolis e aquela picanha do Francisco. Seja na ASBAC, ou na 402 sul, os mais tradicionais, você estará bem servido. Mas se você ainda acha pouco, vá a rua dos restaurantes, na 404/405 sul e lá você terá muitas outras opções. É claro que nada se compara à gastronomia de São Paulo, mas passar mal é que você não vai.

Falando em diversão, Brasília é o lugar daqueles que não são preguiçosos. Quadras de esportes espalhadas pela cidade e todas de uso livre. Sem contar o parque Piton Farias (hoje Sarah Kubitschek), com muito, muito espaço e variedade de atrações. Desde uma corridinha, até aquele churrascão em família. O que nos leva a falar dos esportes, pois, com quadras e espaço, que é o grande diferencial de Brasília de qualquer outra cidade, você não pode reclamar que não tem onde fazer sua caminhada, jogar sua bola. Nesse sentido, no entanto, eu recomendo as barras e paralelas da 405 sul, ao lado do bloco M. Excelentes para a malhação, possuem uma quadra de vôlei de areia, com os postes e tudo. Basta a rede e a bola.

Ainda falando da 405 sul, onde passei minha infância, essa quadra tem algo do que me lembro muito: frutas. Como era bom gastar aquelas horas subindo em goiabeira (só pegava para os outros, nunca gostei de goiaba), amoreira, pé de jaca, jamelão, laranja, mamão, banana e por ai vai. Não sei se tudo isso continua por lá, mas é algo muito próprio de Brasília andar olhando para as árvores, para ver se há alguma fruta pronta para ser degustada. Além disso, com todo aquele espaço, brincar de pique-esconde, bete (taco), andar de bicicleta e tudo mais que criança gosta, fizeram de minha infância a melhor possível. É claro que os tempos são outros, mas tenho certeza que esse ainda é um atrativo de minha terra natal.

É claro que eu sei que nem tudo são flores. As coisas têm mudado e muitos desses atrativos estão reduzidos. Por outro lado, as mudanças trouxeram coisas como o pontão do lago, o Píer 21, Porcão e outros. Infelizmente, as mudanças trouxeram engarrafamentos, desrespeito aos velhos costumes do trânsito como parar para o balão (rotatória); esperar ainda dentro da curva para acessar o eixinho, ao invés de sair de uma vez e aproveitar a área de frenagem de quem vem do eixinho. É colocando tudo isso na balança que, mesmo depois de 11 anos na grande São Paulo, sinto uma saudade de doer de minha terra.

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