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A Consistência da Soberania Divina e da Responsabilidade Humana

  (The Consistency of Divine Sovereignty and Human Accountability: por Matt Perman – Tradução: Ricardo Moura Lopes Coelho)   No último artigo, nós vimos como pode ser que Deus de toda eternidade ordenou “tudo quanto acontece” e ainda assim não é “o autor do pecado” (Confissão de Fé de Westminster III.I). Tendo mostrado isso, o assunto que nós iremos focar nesse artigo é como o controle de Deus sobre todas as coisas não destrói a responsabilidade humana. Como a Confissão de Fé de Westminster prossegue dizendo, a soberania de Deus não violenta a “vontade da criatura”. Muitas coisas que nós dizemos no último artigo lançam luz nesse assunto da responsabilidade humana sob a providência de Deus. Por exemplo, o fato que o pecado não é um resultado de Deus injetar o mal no coração de alguns, mas mais um problema dele conter sua graça que impediria a pessoa de pecar, é uma coisa que preserva nossa responsabilidade moral e torna claro que Deus não o autor do pecado. Nós iremos, agora, ol

É guerra!

A guerra está declarada! Mas não se iluda, ela já foi declarada no Éden. Desde lá, Satanás tem derrubado santuários. No Éden um santuário de Deus, no Chile, um santuário de alguém mais. Levantar a discórdia, o rancor, a inveja e a violência sempre foi o negócio dele. Cristofobia? Claro! Foi Cristo quem nos avisou que assim seria. Odiaram a ele, não odiariam a nós? Lhe deram na cara, lhe pregaram na cruz, o que é uma fogueirazinha em quem quer traduzir a Bíblia para o vernáculo, para quem quer tirar autoridade de um vigário de Cristo? Somos bem-aventurado quando o fazem, portanto, bota um sorriso no rosto toda vez que lhe maltratarem por causa de seu Redentor.  Queimaram um templo da tradição cristã? Até que demorou. Essa turma comunista de hoje estava meio Nutella mesmo. No passado, matavam aos milhões, incendiavam tudo e faziam Hitler parecer até boa gente. Na Coréia do Norte, em Cuba e na China nem pode ter templo religioso direito e empurram o estado como um deus. Estava muito fácil

Um ídolo chamado conforto

“ 23 São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. 24 Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; 25 fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; 26 em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; 27 em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez.” (2Co 11.23-27) O texto de Paulo é impressionante. Em sua dedicação ao ministério da reconciliação ele passou por tantos sofrimentos, incluindo à lista sua própria morte nas mãos de César, que fica difícil para nós reclamarmos de qualquer coisa. Nesses tempos difíceis que

Covid-19 e a esperança de que tenhamos aprendido algo

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        Para mim é muito difícil dizer há quantos dias estamos de confinamento. Como adoeci com uma dengue um bom tempo antes disso tudo, uma coisa já foi emendando na outra e estou em casa há tanto tempo que nem sei. Apesar disso, creio que tenho podido observar e aprender muitas coisas no confinamento, com as notícias e sobre a Igreja. No confinamento, aprendi que o tédio vem da desocupação. Estar no mesmo lugar não me impede de fazer muitas coisas diferentes. Em minha casa, converso com minha esposa, brinco com meu filho, tenho trabalhado muito, leio, jogo vídeo game, converso com meus irmãos, família, arrumo coisas em casa e por ai vai. Percebo que ao longo da vida vamos nos restringindo nos afazeres e atividades e, em situações como essa, percebemos que nos dedicamos tanto em tão poucas coisas que, quando privados delas, já não sabemos o que fazer. Portanto, creio ser bom que tenhamos uma vida que desfruta das mais variadas atividades, desde as mais frugais, até as mais n

Recuar não é desconfiar

Estamos enfrentando uma situação de exceção devido ao Corona vírus. Não lembro na história recente momentos em que a igreja tenha suspendido trabalhos e evitado se reunir. Contudo, precisamos compreender que há momentos para recuar, por mais que confiemos no Senhor. O rei Davi, mesmo sabendo ser ele um ungido do Senhor para tornar-se rei em Israel recuou. Em 1Samuel 23.1-13 vemos esse momento de recuo por parte de Davi. Ainda perseguido por Saul e recusando-se a intentar contra o ungido do Senhor, Davi consulta a Deus sobre sua situação em Queilá. A resposta do Senhor é a de que os habitantes daquela terra estavam com Saul e entregariam Davi em suas mãos, caso permanecesse ali. Por maior que fosse a confiança de Davi nos planos de Deus, sabedor de como era o coração daquele povo, Davi recua e deixa a cidade. Creio que poucos de nós têm a nítida noção do futuro que Deus reserva para nós. A não ser a volta de Cristo, não sabemos os planos do Senhor sobre os particulares de nossas

Interceptando o The Intercept

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“Quem são osevangélicos calvinistas que avançam silenciosamente no governo Bolsonaro” O problema inicia no título. Claramente tendencioso, quer tratar a aproximação de calvinistas no governo como algo escamoteado, sorrateiro e vil. Nunca houve silêncio quanto a isso. Calvinistas sempre deram seu apoio a Bolsonaro e sempre concordaram com diversas pautas de seu programa de governo e com seu pensamento quanto a várias questões, especialmente as que envolvem a moral e a ética, como o próprio texto de Ronilson Pacheco (na foto) destaca. Por detrás desse tipo de olhar há uma falsa ideia de que a religião não pode se aproximar do estado. Em determinado momento escreveu Pacheco: Mas é um grupo que manifesta, de maneira quase unânime, seu interesse no campo da cultura, dos direitos humanos e da educação. Não disputaram ministérios mais cobiçados como economia, saúde, justiça nem órgãos e autarquias como BNDES, Caixa Econômica, Petrobras ou Correios. Seu alvo é onde os valores morais