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Reformado confessional é bíblico

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Dia desses, um pastor presbiteriano colocava que há reformados que defendem confessionalidade, mas que precisam retornar às Escrituras; precisam da reforma das Escrituras. Têm confessionalidade, mas não tem vida com Deus. Esse tipo de discurso ignora que nada em nós é original. Não vivemos em um mundo só nosso, numa igreja só nossa, numa espiritualidade só nossa. Vivemos a partir do olhar dos que vieram antes. Vivemos sustentados pelo que foi construído por outros.  Por isso, esse olhar que dissocia Reforma e Escritura, confessionalidade e espiritualidade é o olhar de quem não compreendeu que uma coisa trata da outra. Reforma é retorno às Escrituras. Confessionalidade é expressão de espiritualidade. A dissociação ou é fruto do desconhecimento, ou de alguma outra intenção.  A Reforma Protestante tem seu fundamento no ensino escriturístico. Ser reformado é buscar viver conforme as Escrituras e a partir dela viver e julgar toda tradição e confessionalidade. O que impactou Lutero diante de

Conselhos sobre o pastorado

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Pastor não é em si uma profissão, porém, vocação. Contudo, o fato de que a Escritura diz que se deve pagar bem a quem se afadiga do estudo da Palavra traz um aspecto de equivalência entre ministério pastoral e profissão. Por isso, precisamos pensar naquilo que torna nosso trabalho mais uma vocação do que uma profissão. Ser pastor há mais de 20 anos traz um pouco de peso às minhas palavras. Quem sabe, elas estarão insuportáveis com mais 20 anos de pastorado. Até lá, gostaria de refletir poucas questões que me parecem importante. 1. Pastor pastoreia gente, não livros. Quem me conhece sabe que não estou a desprezar a teologia, ou desconhecer o lugar dela. Ao colocar este ponto, estou apenas apontando para o fato de que o objetivo final são as pessoas que Deus me deu a cuidar, não as ferramentas. Como dizem: "pastor tem de ter cheiro de ovelha." Para tanto, o pastor visita, aconselha, discipula, participa e por ai vai. Ame as pessoas. 2. Pastor explica, não complica. Já ouvi muit

Como passar horas com Deus em oração?

Uma troca de mensagens com um irmão que falava de sua vida de oração. Às tantas, ele me colocou a vida de oração dos puritanos e o tempo que dedicavam a isso. Dei-lhe algumas dicas sobre como intensificar a vida de oração. Espero seja interessante a você, como tem sido para mim. Primeiro , por mais que sejamos o único a falar audivelmente, estamos falando com alguém que já se revelou a nós, já mostrou seu caráter e opiniões sobre o assunto, portanto, nossa oração não só se orienta pelo revelado buscando ser correta, mas considera essa revelação como a fala de Deus, de modo que a oração é uma resposta e foi Deus quem falou primeiro.  Segundo , menos formalidade, ou seja, por mais que tenhamos de ser reverentes, isso não significa que devamos falar com objetividade. O altíssimo inclina seus ouvidos a nós e se coloca como Pai, portanto, converse, trate dos assuntos colocando tudo que vai à mente. Por exemplo, quando orar por alguém, fale da importância desta pessoa pra você, para seus ent

"Há tempo para todo propósito debaixo dos céus"

  A pandemia tem sido uma tragédia social e pessoal. Todos nós podemos ver a tragédia que está nossa política, o convívio, a economia e outras áreas de relação social. Pessoalmente, creio que todos nós fomos atingidos, quando não em cheio, isso é, com a perda de alguém da família, perdemos pessoas próximas, amadas, que tinham um lugar no nosso dia a dia. No ano que se passou, vi um amigo de longa data partir. Geraldinho foi um golpe duro no coração, de alguém querido, confidente e que já fazia parte de minha vida há 26 anos. Ainda novo, pastor, pai, esposo, amigo, servo, aprouve ao Senhor leva-lo e nos fazer enfrentar a face dura do sofrimento. Ontem, a mãe de um amigo de infância, “tia” Edna, partiu. Meu amigo Leandro, que cresceu sem o pai, não pode nem ir vê-la, para despedir-se. Tia Edna era daquelas mães de amigo que te leva pros cantos, deixava ir na casa dela fazer uma bagunça. Uma lembrança que tenho é que foi na casa dela que dei meu primeiro beijo. Que coisa para um pasto

A Consistência da Soberania Divina e da Responsabilidade Humana

  (The Consistency of Divine Sovereignty and Human Accountability: por Matt Perman – Tradução: Ricardo Moura Lopes Coelho)   No último artigo, nós vimos como pode ser que Deus de toda eternidade ordenou “tudo quanto acontece” e ainda assim não é “o autor do pecado” (Confissão de Fé de Westminster III.I). Tendo mostrado isso, o assunto que nós iremos focar nesse artigo é como o controle de Deus sobre todas as coisas não destrói a responsabilidade humana. Como a Confissão de Fé de Westminster prossegue dizendo, a soberania de Deus não violenta a “vontade da criatura”. Muitas coisas que nós dizemos no último artigo lançam luz nesse assunto da responsabilidade humana sob a providência de Deus. Por exemplo, o fato que o pecado não é um resultado de Deus injetar o mal no coração de alguns, mas mais um problema dele conter sua graça que impediria a pessoa de pecar, é uma coisa que preserva nossa responsabilidade moral e torna claro que Deus não o autor do pecado. Nós iremos, agora, ol

É guerra!

A guerra está declarada! Mas não se iluda, ela já foi declarada no Éden. Desde lá, Satanás tem derrubado santuários. No Éden um santuário de Deus, no Chile, um santuário de alguém mais. Levantar a discórdia, o rancor, a inveja e a violência sempre foi o negócio dele. Cristofobia? Claro! Foi Cristo quem nos avisou que assim seria. Odiaram a ele, não odiariam a nós? Lhe deram na cara, lhe pregaram na cruz, o que é uma fogueirazinha em quem quer traduzir a Bíblia para o vernáculo, para quem quer tirar autoridade de um vigário de Cristo? Somos bem-aventurado quando o fazem, portanto, bota um sorriso no rosto toda vez que lhe maltratarem por causa de seu Redentor.  Queimaram um templo da tradição cristã? Até que demorou. Essa turma comunista de hoje estava meio Nutella mesmo. No passado, matavam aos milhões, incendiavam tudo e faziam Hitler parecer até boa gente. Na Coréia do Norte, em Cuba e na China nem pode ter templo religioso direito e empurram o estado como um deus. Estava muito fácil

Um ídolo chamado conforto

“ 23 São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. 24 Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; 25 fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; 26 em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; 27 em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez.” (2Co 11.23-27) O texto de Paulo é impressionante. Em sua dedicação ao ministério da reconciliação ele passou por tantos sofrimentos, incluindo à lista sua própria morte nas mãos de César, que fica difícil para nós reclamarmos de qualquer coisa. Nesses tempos difíceis que