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Os termos não vêm dos termos

Vern Poythress escreveu um livro sobre a validade da multiplicidade de perspectivas – é o must! De forma sucinta ele lida com questões da linguagem e demonstra como esta revela que há uma perspectiva, tendo em vista que os termos são utilizados pelo que os utiliza a partir de seu entendimento ou arcabouço de significado. Segundo ele, há uma grande dificuldade na definição de termos, pois, em regra, eles não têm apenas um significado e, na teologia, a dificuldade vem do fato de que nenhum termo da sistemática equivale ao termo bíblico. [1] O fato é que os termos são utilizados de modo elástico nas Escrituras e de modo estrito na Sistemática. A Bíblia estabelece o sentido do termo pelo contexto, a Sistemática tem o objetivo de reproduzir um grande conteúdo com um termo. A coisa piora, ao meu ver, quando tentamos abarcar a terminologia extrabíblica, querendo enxergar conceitos e pressupostos na Escritura, advindos da filosofia, psicologia, história, sociologia e por ai vai. Um belo e

Mundo hostil

O Senhor havia prometido ao homem que sua vida, a partir do pecado, seria penosa. O ambiente acolhedor e provedor, na verdade, era fruto da bondade provedora divina. Ele não habitava o Éden, de fato, mas em Deus. Seu refúgio existencial era o Criador, e a expressão dessa habitação era o Éden: cheio da providência, bondade e abundância. O homem, contudo, decidiu sair deste abrigo e passaria a habitar um ambiente hostil, cheio de dores, dúvidas e, o pior, distante do Criador. O homem está desabrigado. Jogado ao relento da vida, vê sua relação com Deus ser intermediada por ofertas (Gn 4.3-7) e o pecado se multiplicar. É a promessa divina se cumprindo (Gn 2.17) e o homem, experimentando os efeitos da morte espiritual, vê a hostilidade do ambiente, o trabalho numa terra caída, afetada de modo que representa a forma da relação da criatura com seu Criador. O homem passa a habitar [1] em ídolos, refugiar-se longe de seu Senhor. Passa a ver deuses no ambiente e a amar os produtos desse

Materialismo e evangelicalismo brasileiro, o problema não é só dinheiro

Sumário Introdução . 9 1. Evangelicalismo . 13 1.1. Definição . 13 1.2. Evangelicalismo brasileiro . 15 2. Materialismo . 16 2.1. Epicuro . 17 2.2. Karl Marx . 18 2.3. Friedrich Nietzsche . 21 2.4. Capitalismo . 23 3. Materialismo e Evangelicalismo . 25 3.1. Atomismo e as sensações na fé evangélica brasileira . 25 3.2. Evangélicos vermelhos, marxismo de “crente” . 27 3.2.1 Evangelho social e assistencialismo na TMI . 27 3.3. Evangelho existencial, lógica de mercado capitalista e teologia da prosperidade . 30 3.4. Niilismo evangélico, o céu é aqui 32 3.1.1. Ministérios de cura . 34 Conclusão . 36 Bibliografia . 38 Videos . 40 Introdução A literatura evangélica aborda o tema do materialismo de forma reducionista, fazendo deste um sinônimo de amor ao dinheiro. O conselheiro bíblico, Paul Tripp, em seu livro, Sexo e Dinheiro, prazeres que desapontam e a graça que satisfaz, (2014), falando da insanidade da sociedade atual,