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Mostrando postagens de novembro, 2010

Por que sofrer é importante? - Parte 2

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4. Uni-nos aos que sofrem conosco: Quando vemos catástrofes pelo mundo a fora, é comum que, mesmo em outros países, haja uma movimentação para ajudar os afetados pela tragédia. Pessoas que jamais se moveram para ajudar a outros, se comovem e, de alguma forma, enviam sua ajuda aos que sofrem. O sofrimento, assim, é importante para unir as pessoas. Essa união é preponderante para que se supere o sofrer. A empatia e a simpatia humana se afloram pela capacidade que a maioria tem de se colocar no lugar do outro. Imaginar-se na dificuldade nos leva a abraçar os que sofrem – ou, pelo menos, deveria. Ai, é interessante notar que, como cristãos, podemos perceber a aproximação de dois grupos de pessoas: as que passam, ou passaram pela mesma dificuldade; e a própria igreja que assume o papel de chorar com os que choram. 4.1. Os que passam pela mesma situação: É mais fácil para os que viveram ou vivem a situação, compadecer-se com o sofrimento alheio. Em tempos difíceis, percebemos que o sofriment

Por que sofrer é importante?

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Todos que sofrem, imagino eu, se fazem a pergunta: por que? A dúvida é tão profunda e a dor, por vezes, tão visceral, que pensamos não merecer o que passamos. Mais do que isso, muitos blasfemam e duvidam da ação de Deus em suas vidas. O humorista Chico Anisio, após a morte do filho da atriz Cecília Guimarães, disse não crer mais em Deus, pois, como pode ele permitir que algo tão terrível aconteça com um menino tão bom. O fato é que o ser humano não costuma lidar bem com o sofrimento. Sempre achamos que não somos merecedores das dores. Interessantemente, nessas horas encaramos Deus como um “evitador de sofrimentos”; ele é alguém que existe para me proteger das situações de dor e garantir que as lágrimas não me cheguem aos olhos. Para qualquer um com o mínimo de conhecimento sério da Bíblia, tudo isso é um absurdo, embasado numa teologia humanista, bem antropocêntrica. De fato, uma epistemologia capenga, ou antropocêntrica, nos conduz a essa visão, na qual o Criador se volta para a cria

"Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR!" Jó 1.21

Certamente este é o texto mais difícil de minha vida que escrevo. Ler as palavras do livro de Jó e vivenciá-las em nossa própria vida, nos dá uma dimensão nova do sofrimento e da fé. Depois de alguns meses de alegria e sonho, minha esposa e eu tivemos de ouvir que nosso bebê provavelmente não sobreviverá. Devido ao peso da placenta, seu útero não suportou e a bolsa desceu, passando pelo cólon do útero. Inevitavelmente, a bolsa estourou e os médicos nos avisaram que não há meio de nosso bebê sobreviver. O mais duro é saber que ele está bem, sem deformações, com o coração batendo forte. Por lei, os médicos tem de esperar pela parada do coração. Esta espera é brutal para nosso coração. Não tenho mais lágrimas e tenho de ser forte para dar apoio à minha esposa. Já estávamos apegados por demais a esta herança de Deus e saber que a vida está, aos pouco, esvaindo-se de seu corpo, na expectativa da hora de tirá-lo de lá é certamente a dor mais forte que já senti. Por outro lado, há a poss

Solo Christus

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Ontem comemoramos os 493 anos da Reforma Protestante, bom, pelo menos, em minha igreja o fizemos. Devido às correrias, não pude postar nada, como era meu desejo, mas, como diz o “velho deitado”: - “antes à tarde do que nunca”. Por duas vezes, uma ontem e outra há duas semanas na Igreja Presbiteriana de Osasco, preguei com ênfase no slogan: Solo Christus. Essas duas palavras latinas servem para resumir a doutrina de que somente Jesus Cristo é nosso mediador diante de Deus. Qualquer um que conhece a história sabe a importância desta verdade bíblica. No tempo da Reforma Protestante, a Igreja Católica vendia indulgências, afirmando ter o controle da salvação, as chaves do céu. Apoiado na infabilidade papal e no desejo de construir a basílica de São Pedro, Leão X tinha em Tetzel um de seus grandes coletores de fundos. Com frases como “ao soar da moeda no fundo do gazofilácio uma alma sai do purgatório”, ou coisa do gênero, Tetzel arrecadava de quem podia e de quem não podia pagar. As pessoa