Evangélicos-brasileiros-livres


O TEXTO A SEGUIR, MOTIVOU MINHA RESPOSTA QUE SEGUE ABAIXO DELE. LEIAM, SE TIVEREM TEMPO.
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A liberdade à brasileira

Voltei preocupada com a teoria e a prática que se alastram pelo nosso país: o da liberdade à brasileira.

Pelo que vi em grandes e pequenas cidades o Brasil passa por um momento de grande licenciosidade, vulgaridade, superficialidade, besteirol.

Vi meninas dançando em cima de garrafas. Sexo aberto em bailes e shows.

Em novelas, programas de entretenimento, o corpo da mulher é usado e abusado.
Noventa por cento da programação nacional da TV aberta é sobre cirurgia plástica, cosméticos, penteados, fofocas, brigas domésticas, rezas e “curas”, receitas, remédios, cães e bichos, violência.
Piadas, de bêbado e homossexual.

“Psicólogos”, “conselheiras” sentimentais e familiares usam sofrimentos de pessoas em programas sensacionalistas.

Há “formadores de opinião” para qualquer assunto. Afirmo, sem medo de errar, que nós precisamos é de formadores de caráter.

Há um grande apagão cultural. É como se todos estivessem sonâmbulos. Não se discute nada de profundo, alternativas para o país. A juventude sem sonhos e poesia não tem em quê ou em quem se inspirar.

Contrabando é crime, mas, artigos contrabandeados são vendidos nas ruas na cara da polícia. O cerrado e a floresta, mais destruídos. As cidades em colapso no trânsito e na urbanidade. Crime e violência por toda parte. Milhões de brasileiros nas filas de atendimento da péssima saúde pública.

O Brasil continua exportando matéria-prima e importando bugigangas. Baixa produção científica e tecnológica. Cada vez menos formandos em matemática, engenharias, física, química, biologia, ciências exatas. Se escolas e universidades se comportassem como instituições a formar cidadãos para o equilíbrio social e moral do país discussões públicas velhas e exageradas como essa da minissaia em universidade paulista não prosperaria.

O X da questão não está na altura da saia rosa-choque da aluna, mas como, onde e por que foi usada. O que fez parte da imprensa “séria” onde microfones e páginas estão nas mãos de “formadores de opinião”? Usou o assunto para aumentar audiência e tiragem. ''Isto È'' critica a Uniban por seu interesse mercantilista. O que fez a revista ao dar capa à minissaia com reportagem cheia de frases do movimento feminista dos anos 60/70? Nenhuma palavra sobre regras, normas, comportamento nas escolas, em sala de aula, respeito mútuo. Destacaram mulheres com os seios de fora em Brasília, defensoras da garota da capa.

"A star is born!!"

Com apoio da TV Globo nasce uma estrela nos costumes e no showbiz brasileiro.
O cenário se repete. A moça já foi convidada para posar nua. Vai desfilar na escola de samba Porto da Pedra. Em breve poderá ter seu espaço televisivo e ser mais uma formadora de opinião.
No programa "Altas Horas" ela sentou-se na cadeira da fama, mas de jeans.
Mandou recado para milhões de garotas: “a roupa é minha, visto como quiser, às sextas sempre vou a baladas e já saio de casa vestida e não devo satisfação a ninguém, aquele vestido é um dos mais discretos que uso”.

Recebeu apoio de universitárias de Brasília com os seios à mostra: “se quiser ir nua que vá é a liberdade de cada um, o corpo é meu, ninguém tem nada com isso”.
O apresentador do programa com cara de pateta, cercado por estudantes-tietes achando-se o máximo por promover a “liberdade”.
Uma aluna de minissaia, saltos altos, super maquiada, produzida para baladas, em aula noturna, no meio de marmanjos, ou está com problemas de aceitação, chamando atenção para ser notada; ou não sabe a diferença entre o vulgar e o popular; ou está querendo bagunçar com um confronto premeditado.

Nas escolas do mundo todo há normas, uniformes, regras de comportamento onde muçulmanos, cristãos, budistas, ateus, ricos e pobres, educam jovens que continuarão a defender valores e princípios de seus povos e países.

Psicólogos, professores, ao perceberem o comportamento da aluna deveriam ter conversado com ela, orientá-la, ajudá-la a superar fobias e rejeições. Não o fizeram.

A reação de estudantes foi desmedida, vazia de conteúdo. Sem instituições sólidas, cria-se a liberdade à brasileira. Em que ou em quem se espelha a aluna do microvestido? O que tem aprendido em ética, valores, comportamento e convivência social? O que ela ouve e vê a seu redor? “Sou livre, visto o que quiser a hora que quiser”.

Num país sem retentores morais, com apatia política e cultural, sem critérios, a garota não tem a quem responder ou dar satisfação. Nem em casa, nem na escola, nem à sociedade, nem ao país. “Se, juiz e desembargador podem, eu posso; se deputado e senador fazem, eu também posso fazer; se o presidente, seus ministros, o prefeito, podem, eu também posso”. A TV incentiva quebradores de regras. Cria espaço para mulher-melancia, samambaia, melão, morango.
Popozudas ensinam danças, abrem as nádegas e, se abaixam, para mostrar mais.

O programa Fantástico da TV Globo no dia 15 de novembro entrou em milhões de lares promovendo o livro e o filme da ex-prostituta Surfistinha, a garota da mina saia e o concurso Menina Fantástico. A Proclamação da República, data histórica do povo brasileiro não interessa.
Não dá IBOPE. Em dez minutos, a TV Globo daria a milhões de jovens uma necessária aula da queda do império, a velha República, a era Vargas, JK, a ditadura militar e em 15 de novembro de 1989 a Nova República.

Estão rasgando páginas de nossa história. A memória nacional se extingue. Com tanta noticia que precisa ser dado ao povo o noticiário noturno (Globo), no dia 16/11, se despediu destacando prostituta de noticia velha de tablóide inglês. O que ensina e estimula a mais rica e poderosa escola do Brasil? Não há na TV aberta brasileira (concessão pública) incentivo ao cumprimento de leis, a regras de respeito mútuo, à solidariedade e cooperação.

Destaques, astros e estrelas, são os da marginalidade, corruptos bem-sucedidos, políticos mentirosos, os da sexualidade vulgar. Meu querido Brasil: rico por natureza, mas pobre de cidadania, princípios e ética.

Adriana Berger é professora de História e Literatura Brasileira. Vive em Miami,
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AQUI SEGUE MINHA RESPOSTA

Quero externizar minha aquiescência com o texto acima. Contudo quero acrescentar que o evangelicalismo brasileiro há muito aderiu a essa liberdade brasileira. Basta olhar para a quantidade crescente daqueles que se dizem evangélicos e para o exponencial crescimento da corrupção em nosso país.

Olho para todos os lados e vejo aqueles que se dizem de Cristo, dedicando-se às atividades mais estranhas e bizarras – pelo menos, àqueles que se dizem transformados pelo evangelho. Há pouco vimos deputados distritais orando, para agradecer a propina que entrou. Há não muito tempo, vimos aqueles líderes entrarem ilegalmente com US$50,000.00 não declarados nos Estados Unidos, com a desculpa: “Esqueci!” Dia desses vi um membro dessa mesma igreja dos esquecidos, com um belo adesivo de sua congregação, estacionar na vaga para deficientes; não preciso dizer que a tal “evangélica”, “renascida em Cristo”, tinha perfeitas condições de locomoção e nem adesivo para deficientes ela tinha.

Bom, se for contar todos os absurdos que vejo “crentes” fazerem, ninguém vai ter paciência para ler meu texto. Mas quero continuar abordando a corrupção mais sutil que o evangelho vem sofrendo em lugares onde se diz pregar a mensagem de Jesus, o Cristo, o Messias tão esperado do Antigo Testamento. Tal corrupção está presente no conteúdo teológico e, portanto, na prática de muitos que alardeiam o título de evangélico.

Quando olho para a mensagem de humildade e serviço pregada por Cristo, me pergunto onde isso está no cenário atual do evangelicalismo brasileiro. Hoje, tudo que as pessoas querem é a liberdade de seu problemas, carências e limitações. Para tanto, a mensagem tem vindo ao gosto do cliente e vemos o evangelho da libertação, a teologia da prosperidade, a terceira onda, batalha espiritual, movimento de crescimento de igrejas, igreja pra surfista, pra metaleiro, pra homossexual – não vai demorar muito e a haverá igreja pra emo, ai eu quero descer. Meu problema não está com os grupos em si – a não ser quando falamos de homossexuais –, mas com a necessidade que muitos tem de levar a mensagem de modo tão contextualizado, que a verdade de Cristo se torna apenas um detalhe, apenas um adereço, um desenho diferente na camisa de um metaleiro, ou um pequeno adesivo na prancha de um surfista.

Minha dificuldade com tudo isso são as adaptações. Muitos tem invertido a ordem e adaptado o evangelho ao homem e não o homem ao evangelho. Tal inversão demonstra que o que muitos desejam é a liberdade para se dar vazão às suas vontades e ideias, sem se aperceberem que a ideia e o veículo (o evangelho), são como óleo e água. Tentam-se adaptações que permitam a um crente ter relações sexuais antes do casamento, relações com pessoas do mesmo sexo, relações ilícitas com o dinheiro; tudo isso, de fato, não passa da má e velha idolatria, multifacetada pelo prisma do ego.

O evangelho deixou de ser o poder de Deus para transformação de todo o que crê, para se tornar na obsessão por poder por parte de uns; ou na satisfação de alguma carência de outros; ou, ainda, na possibilidade de se pensar, dizer e fazer loucuras, com a desculpa de que tudo é coisa do Espírito Santo. Tudo isso em nome de uma liberdade que o evangelho não dá: de se mudar seu conteúdo – e, consequentemente, a prática.

Nossa falta de cultura e modos em nossa brasilidade é vista a largos sorvos em nosso evangelicalismo. As pessoas não conhecem a Bíblia, ou seja, não aprendem dela, mas a usam para justificarem sua liberdade em mudar o que Cristo disse e para praticarem todo tipo de torpeza aos olhos do Senhor. Temos a liberdade brasileira e a liberdade do evangélico brasileiro, que rouba, deturpa, corrompe, surta, faz pirotecnia espiritual e ainda diz que tudo é coisa do Espírito.
Enquanto formos o que somos, como evangélicos – me incluo apenas como quem sabe que é pecador, mas não como quem corrompe –, nosso país nunca terá um exemplo de que bons costumes, honra, prudência, humildade e amor ao próximo são valores que realmente velem a pena serem seguidos. No entanto, o que mais sai da boca dos crentes é “Satanás”; “isso é do diabo”; “pare de sofrer” (como se Jesus não tivesse garantido para nós que sofreríamos); “venha buscar sua bênção”... Percebe que não há espírito de serviço, humildade e entrega a Deus, não importando a circunstância. O evangelho virou barganha e a pregação do evangelho virou propaganda. Bons tempos aqueles que não havia liberdade religiosa, pois, por alguma razão, também não havia liberdade para corromper a mensagem do evangelho.

Nos tornamos evangélicos livres, mas não livres do pecado, mas evangélicos brasileiros livres. Livres para fazermos todo tipo de absurdo com o evangelho e ainda apontarmos o dedo para mundo, como se tivéssemos condições para tal. Muitos acham que o podem por terem ido à reunião de oração e libertação, ao culto do desencapetamento, da oração forte, ao encontro da unção do ano de Melquisedeque, Abraão, Jacó ou qualquer que seja o nome do santo. A questão é que a sociedade brasileira já nos sacou há muito. Faz é tempo que as pessoas se aperceberam da distância entre o Cristo da Bíblia e o Cristo que vivemos – eles são, no máximo, charas. Faz tempo que as pessoas entenderam que se crente pode ir à igreja e apresentar programa pornográfico, então, o que alguém pode dizer sobre toda essa liberdade brasileira!?

Estou cansado de falta de profundidade por parte dos evangélicos. Parece que os crentes se livraram da Bíblia, para sentirem-se livres para tudo que desejam fazer, ainda que seja um complexo conjunto de ritos e restrições, que trazem como resultado o poder, as bênçãos e uma pretensa intimidade com Deus.

Não olhe para longe, crentes. Olhe para dentro de sua igreja e questione se há compatibilidade entre a Bíblia e a prática de sua comunidade. Não se baseie em suas experiências, pois ai você só estaria se livrando da Bíblia; baseie-se na verdade de Deus revelada nas Escrituras, o que for além disso, considere como maldito.

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