Não estou feliz com a morte de Bin Laden

Não estou feliz com a morte de Osama Bin Laden. Você não leu errado; não acho que a morte de um homem é motivo para ficarmos felizes. Quem me conhece sabe que sou a favor da pena de morte, sabe que não tenho nenhuma simpatia com as ações terrorista do mundo árabe, mas também sabem que não vejo motivos para comemorar a morte de um homem.

Posso dizer que estou satisfeito. Entendo que Bin Laden tinha de morrer, como pena por todas as mortes que ele infligiu em nosso mundo. Por outro lado, não posso demonstrar prazer em ver um mundo caído, no qual um país envida esforços e finanças para localizar e matar um homem. Não digo que os EUA estão errados, acho que eles tinham o direito de aplicar a pena de morte sobre um homem que matou tantos de seu povo – também acho que muitos criminosos de guerra americanos merecem o mesmo fim.

Para mim, o ideal era que os EUA não agissem de modo tão intrusivo em questões internacionais, aliando-se a quem quer que seja, para alcançar seus objetivos. Foram justamente os EUA quem treinaram e armaram aquele que veio a se tornar seu inimigo número um. Se a diplomacia americana fosse um pouco mais parecida com a brasileira - não que eu seja fã de nossa diplomacia, mas um pouco mais desse nosso jeito de evitar conflito ajuda -, talvez alguns desses erros teriam sido evitados. Contudo, nunca a ação de um país sobre o outro deve incluir seus civis, e quantas vezes os americanos não o fizeram, com o argumento de que entre os civis estavam os militares a serem mortos?

Bom, não ficarei fazendo análises sobre essas questões; tenho de admitir meu pouco conhecimento e incapacidade de dar uma opinião que seja 100% justa. Mas o que posso dizer é que não podemos comemorar a morte, não podemos dizer que algo de bom plenamente aconteceu. Podemos dizer que para as condições em que vivemos, algo bom foi feito: a justiça foi feita (você pode discordar da pena de morte, mas terá de admitir que algum ato punitivo a quem merecia foi feito). Algo ruim aconteceu: a justiça foi aplicada de modo mortal. Quem dera nosso mundo fosse feito de atitudes sobre as quais não se poderia pensar na pena de morte, mas diante do fato de que as coisas não são assim, não deixemos impunes assassinos, sejam árabes, judeus, cristãos, taoístas, budistas, ateus, ocidentais, orientais e médio-orientais.

Meu desejo é que as mortes parem; que o terrorismo desapareça; que na impossibilidade da conversão de todos a Cristo que a convivência seja pacífica; que países pensem mais globalmente do que territorialmente.

“se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;” (Rm 12.18)

Comentários

  1. Concordo! o barbudo tinha que morrer, mas não temos que comemorar isso.
    Muito bom o texto!

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  2. Meu amor, obrigado por seus comentários objetivos e nada isentos. Felicidade é com a vida, com a morte justa, tenho satisfação.

    Te amo,
    Beijo

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