Ateíston e sua busca por uma sociedade livre da idéia de Deus - a saga continua

Ateíston, Duvidosa, Davi e Sapiens estavam às voltas na cidade grande. Frustrado em seu plano de criar uma sociedade livre da idéia de Deus, Ateíston se culpava por ter visto que nem mesmo ele havia conseguido evitar mencionar tal idéia “mirabolante” de um ser superior e existente noutra categoria de existência. Em sua volta, ele bem que tentou, mas não conseguiu alugar um apartamento longe de uma igreja, pois ele ainda tinha esperanças de evitar que seus filhos desenvolvessem ainda mais o raciocínio iniciado na ilha. Mas não houve meios, o grito de Nietzsche quanto à morte de Deus não ecoara e a sociedade era mais religiosa e mística que nunca.

Para piorar o desespero “atéico” de Ateíston, seus filhos só foram aceitos em uma escola particular, tradicionalmente protestante e sua esposa, Duvidosa, só conseguiu trabalho num hospital evangélico. O maior medo de Ateíston se tornou realidade, o teísmo tomou conta de sua família – de uma forma, ou de outra.

Não demorou muito para que seus filhos chegassem em casa cheios de perguntas e dilemas de seu novo mundo.

- Papai, chamou Davi, qual é a nossa religião?
Dando uma cusparada preta de café, quase queimando a todos, pergunta-lhe de volta Ateíston:
- Mas que besteira é essa, menino? De onde você tirou isso?
- Todo mundo me perguntou isso na escola e eu nem sabia o que era religião. Aliás, o que é religião, papai?
- Religião é a muleta dos ignorantes. É o que as pessoas usam para justificar ou explicar o que elas não entendem e nem tem como provar.
- Ahhhh!, exclamou Sapiens – Então, nossa religião é o acaso?
- Como assim? – perguntou Duvidosa.
- É, mãe, lá na ilha, quando mostramos os cálculos de que a vida seria impossível sem que algum ser inteligente a trouxesse à existência, vocês nos falaram do acaso como a explicação para o fato de que a ciência não conseguia provar a possibilidade da vida.
- Bem, sim, não é bem assim, mas... acaso não é religião...
- Então o acaso é o deus da nossa religião? – perguntou o empolgado Sapiens, já vislumbrando ter o que dizer a seus coleguinhas de escola.
- Não! - ralhou Ateíston - somos ateus! Não temos religião! Não cremos em Deus!
- Como não, papai, você mesmo disse que deus é aquilo que se usa para explicar fatos não comprovados.
- Ora, chega de conversa, pois vamos nos atrasar. Peguem suas coisas que tenho de deixar sua mãe no hospital antes de vocês.
- Nossa Ateíston, você está nervoso, hein! – replicou Duvidosa.
- Nervoso! E você não diz nada, só fica ai ouvindo e me deixando com todo o trabalho!
- Bom, eu não falei, pois já não consigo ver a diferença da irracionalidade religiosa e da falta de fundamentos para as afirmações científicas, baseadas em evidências bem questionáveis e nada conclusivas. – deu jus a seu nome, nossa cara Duvidosa.
- Nãããããããoooooo! – ouve-se, mais uma vez, o desespero de um homem que não consegue ser ver livre da ideia de Deus.

Comentários

  1. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKkkkk
    Muito bom cara.
    Você não responde recado do MSN não? Precisamos colocar a conversa em dia.
    Grande abraço.
    Jr.
    Ps: O post sobre Simão está no ar.

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  2. Valeu, ombre...rsrs

    MSN??!! O que é isso...rsrs... faz é tempo que não entro no msn... vou ver se te encontro por lá e vou ver o post do Simão também.

    Abração

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