Olhar santo no casamento

Um casal chega ao gabinete do pastor e logo o marido despeja:

- Não aguento mais essa mulher. Não suporto mais suas humilhações!

Procurando acalmar os ânimos, o pastor pede que a esposa explique ao que ele se refere.

- Não sei, pastor. Esse homem é doido.

Revoltado, o homem rebate:

- Não sabe?! Você vive jogando na minha cara o fato de eu ainda me masturbar.

Nesse momento o pastor interrompe e pergunta:
- Você pegou seu esposo se masturbando e não consegue esquecer?

- Na verdade, ele me contou.

- E em que momentos você faz o que ele diz, “joga na cara dele” o fato dele ainda se masturbar? – investiga o pastor.

- Ah, geralmente quando estou nervosa e brigando com ele, ai, sai! Eu digo isso porque estou brava com ele.

- Então – pergunta o pastor – você usa o que sue marido lhe confidenciou, provavelmente lhe pedindo ajuda, para derrotá-lo numa discussão?

- Exatamente, pastor, é esse é o problema – aponta o marido.

Essa conversa pode ser uma verdade na vida de muitos casais. Com algumas mudanças aqui e ali, tenho certeza que cônjuges tem tido problemas em abrir sua intimidade ao outro, por não poder confiar em sua discrição e compreensão. O fato é que muitos não sabem como lidar com as imperfeições de seu companheiro(a) e, via de regra, usam o que sabem da intimidade do outro para vencerem discussões, machucá-los e vingarem-se.

Esse tipo de atitude traz problemas, por vezes "insuperáveis", ao casamento. Aquela relação que deveria nos levar a olhar a intimidade do outro com apreço, cuidado e gratidão diante de Deus, tem sido vituperada pelo pecado. Temos de ter o mesmo olhar santo de Adão e Eva, no Éden – “o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam.” –, para que não olhemos com malícia, usura e desprezo a vida do cônjuge que se despe diante de nossos olhos na intimidade do casamento.

Estamos numa realidade caída, na qual a relação conjugal necessariamente trará suas decepções e a intimidade certamente trará segredos difíceis. A dificuldade está tanto do lado de quem é olhado, quanto do de quem olha. Todos temos pecados que nos causam dificuldades de personalidade, de raciocínio, em nossas escolhas, enfim, temos de ter consciência de que, quando nos casamos, casamos com um pecador. Por isso, nossos olhares tem de ser santificados, para que a graça, a misericórdia, a sabedoria e todos aqueles atributos que irão nos conduzir a olhar devidamente para o outro sejam os óculos pelos quais enxergaremos os pecados de nossos cônjuges.

Olhares cheios de malícia, usura e desprezo nos leva a usar contra nossos cônjuges aquilo que descobrimos sobre eles. Não é fácil reagir corretamente às decepções, mas se continuamente nos santificarmos, iremos reagir de modo mais parecido com o que Deus reage aos pecados de seu povo: com amor, graça, misericórdia e provendo um meio para solucioná-lo.

Se assim o fizermos, certamente a relação conjugal será em muito edificada. Por isso, não use contra seu cônjuge aquilo que você tem descoberto sobre ele. Não aja como uma criança ingênua, achando que o príncipe encantado, ou que a mulher perfeita existam. Esteja pronto às decepções e olhe para o próximo como Deus olha para ele.

Comentários

  1. oi, ricardo,tudo bem?

    muito interessante o teu texto. a comunicação é uma das maiores dificuldades não só entre casados mas de uma forma geral.

    abraços

    caminhosdateologia.blogspot.com

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  2. Irmão, obrigado por sua leitura. Tal dificuldade na comunicação é em muito alimentada pelo modo errôneo de se olhar os erros dos outros, o que desmotiva uma comunicação mais aberta entre os casais.

    Grande abraço.

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  3. A PAZ CARO RICARDO,

    ESTOU MINISTRANDO PARA CASAIS E ESSE TEXTO ENRIQUECEU O ESTUDO.

    DEUS TE ABENÇOE MARAVILHOSAMENTE.

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  4. Irmão, fico feliz por alcançar meu propósito com este texto. Deus o abençôe também e muito obrigado por sua leitura.

    Abraço.

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