Todas as guerras são feitas em nome do deus "Eu"
É comum em nossos dias a ideia de
que toda guerra foi em nome de algum deus. Que o fanatismo religioso é
responsável por mortes, destruição e tudo mais. Citam as cruzadas, o terrorismo
islâmico e até mesmo alguns pirados que dizem ouvir vozes, como se isso fosse
provocado pela religião e não pelo estado mental do indivíduo. Richard Dawkins,
um ateu militante, escreveu um livro, Deus, um delírio, onde ele defende
esse tipo de ideia.
A partir dele, passou a ser sinal
de intelectualidade atacar a religião. Fortaleceu-se o pensamento de que todo
religioso é um idiota ignorante. Mesmo alguns que se dizem cristãos defendem
ideias forjadas em páginas da mais profunda canalhice intelectual, que
seleciona acontecimentos convenientemente, a fim de embasar suas acusações.
Gostam de falar da Idade Média,
tratando-a como a “Idade das Trevas”. Contudo, esquecem que foi nesse período
que a igreja católica iniciou universidades, pesquisas e estudos. Deixam de
dizer que a produção filosófica e o desenvolvimento da lógica e raciocínio receberam
contribuições preciosas por todo esse período.
Atualmente, no caso da queda de
Evo Morales, apontam a presença de pessoas se ajoelhando perante a Bíblia. Houve
violências, lutas e até uma forma de tortura com uma juíza. Mas a questão é que
havia uma Bíblia, então, tudo foi em nome do Cristianismo. Claro, é tudo muito
simples assim, não era o povo que estava agradecendo a Deus terem se livrado de
Evo Morales não. Não era o povo entendendo que Deus lhes provera a oportunidade
de livrar-se de uma figura corrupta, manipuladora e fraudadora de eleições.
Vamos lembrar de outras situações,
então, para vermos se o fanatismo religioso é um problema. Só para humilhar
qualquer cruzado assassino, ou padre escravagista que possa ter existido na
história do Brasil – para não irmos muito longe -, ou Osama Bin Laden,
lembremos de regimes comunistas, ateus e totalitaristas. Na revolução russa,
foram mais de 25milhões de mortos, chinesa, seus 50 milhões, na Coréia do
Norte, ainda se contabiliza, mas seus milhões também é aceitável. Comparado com
esses não fanáticos religiosos, Hitler, que não era religioso, é brinquedo de
criança. Só a revolução russa matou mais que a Segunda Guerra Mundial inteira.
Políticas e filosofias de esquerda
alimentam sistemas assassinos. A forma leniente de se lidar com o crime, com
discursos repetitivos e vazios sustem números de violência no Brasil, Venezuela
e tantos outros lugares que parecem mais uma guerra permanente. Um partido
esquerdista que mantinha “diálogo cabuloso” com o crime fomentava uma das
políticas de segurança pública mais fracassadas de que se tem notícias em nosso
país.
Não muito longe, a onda de
protestos no Chile revela uma violência ateia. Igrejas estão sendo destruídas,
seus mobiliários queimados e seus símbolos sagrados vilipendiados. Pichações dizem
“Deus não existe” e, pelo jeito, nem a vergonha na cara de quem gosta de falar
mal da religião, para ver essa violência dos não religiosos.
Por isso, prefiro o pensamento cristão. A teologia
afirma que o homem é caído em pecado. Como tal, a violência, os disparates, inimizades
e tudo mais é fruto de seu coração e não de suas ideologias. Mesmo as
ideologias nefastas que pregam violência diretamente, são fruto do coração humano.
Não são essas ideologias que plantam o mal em nós. Portanto, atribuir à
religião, ou ideologia a responsabilidade pela violência e morte é dizer que o
mal está nas coisas e não em nós. Por isso, formas de pensamento que invertem a
relação indivíduo-sociedade para sociedade-indivíduo, fazem avaliações pobres e
nada isentas.
Não, as religiões não são as
maiores causadoras de conflitos e mortes. Regimes ateus são de longe os mais
assassinos. Não, ser ateu não é sinônimo de ser assassino. Não é o ateísmo,
cristianismo, ou islamismo que mata, mas o ateu, o cristão, o islâmico, esse
sim, o indivíduo, mata. Ainda assim, se fossemos fazer uma associação entre
morte e ideologia, regimes ateus esquerdistas são os mais assassinos e envolvidos
em fuzilamentos na história. Acha os bolcheviques e o maoístas pouco? Lembremos
dos países do leste europeu, de Che Guevara em Cuba (assumiu fuzilar pessoas,
especialmente negros e gays), Bulgária, Alemanha Oriental... São tantos
exemplos que ficaria aqui só citando.
Enfim, se fossemos associar ideologia
com morte, os ateus estão muito a frente das religiões.
Contudo, não defendo a ideia
de que o fanatismo ateu é a causa de todas as guerras ou desgraças. Olhando para
o que muitos religiosos fizeram, não seria uma análise isenta, científica, tão
pouco honesta. Fico com o que a Escritura diz e aponto que o problema do homem
é o que sai de sua boca e não o que entra. O mal está em nós e as ideologias
são apenas racionalizações para nossos rompantes de violência. Assim sendo, pare
com essa bobagem de dizer que todas as guerras são feitas em nome de algum deus,
a menos que você esteja falando do coração humano e a idolatria de si. Se for
assim, então, é verdade: endeusamento de si é o responsável por todas as
guerras.
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